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O Apoio Domiciliário no Areeiro: Quando a Nossa Casa se Torna o Melhor Lugar para Envelhece


Imaginem o Sr. António, de 78 anos, a olhar pela janela do seu apartamento no Areeiro, aquele onde criou os filhos e viveu décadas de memórias. Os degraus do prédio, que antes subia sem pensar, hoje parecem uma montanha. A vizinha do terceiro, a Dona Maria, já não consegue carregar as compras sozinha desde que a artrose piorou. E o João, o neto do café da esquina, conta que a avó, depois da queda, passou três meses num lar e só queria voltar para casa.

Esta é a realidade silenciosa do Areeiro, uma freguesia cheia de vida mas onde, nos apartamentos discretos, muitos vivem uma batalha diária pela autonomia. O apoio domiciliário não é um luxo – é a diferença entre o Sr. António conseguir tomar o pequeno-almoço na sua própria cozinha ou ter de ir para uma instituição. É a Dona Maria ter ajuda para o banho sem perder a dignidade. É a avó do João receber a enfermeira duas vezes por semana em vez de esperar horas no centro de saúde.

Lisboa envelhece, os censos mostram números frios: um em cada quatro lisboetas tem mais de 65 anos. No Areeiro, prédios cheios de história abrigam cada vez mais pessoas que precisam de ajuda para tarefas simples – mas que não querem (ou não precisam) deixar o seu mundo. O problema? Muitos nem sabem que esse apoio existe, ou acham que é "só para pobres". Outros tentam contratar serviços privados e desistem ao ver preços proibitivos. E há os que, por orgulho, resistem até ao limite, sobrecarregando filhos já esgotados entre empregos e filhos.

Mas imaginem outra versão: o Sr. António com uma assistente que vem três vezes por semana ajudar na medicação e na limpeza. A Dona Maria com fisioterapia em casa para voltar a mexer os dedos. A avó do João com um botão de emergência no pulso que a tranquiliza a ela e à família. Não é ficção – é o que o apoio domiciliário moderno pode ser,

ree

quando bem estruturado. Tecnologia simples, humanos com formação e, sobretudo, a noção de que envelhecer em casa não é um capricho, mas um direito.

O desafio está em fazer chegar estas soluções a quem precisa, sem burocracias intermináveis, com qualidade e – não menos importante – com afeto. Porque no fim do dia, o que o Sr. António mais quer não é um serviço impecável, mas alguém que, enquanto arruma os comprimidos, lhe pergunte como está o Benfica ou se lembre de como era o Areeiro nos anos 60. Essa é a verdadeira medida de uma sociedade: não quantos anos acrescentamos à vida, mas quanta vida acrescentamos aos anos – dentro das paredes que sempre chamámos de nosso.

 
 
 

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